Eu li sarcasmo nas tuas palavras, por isso é que achei por bem responder-te. Se endereçaste os parabéns com sinceridade, lamento o desaguisado. Concordo contigo quanto à falta de oportunidades. Falta de instrução? Ponho as minhas dúvidas. Acho que é mais a interpretação que se faz da instrução que recebemos.
As mentalidades criam-se conforme as necessidades ou os excessos. Tal como os meus avós, bem cientes da fome por que passaram nos anos 40, se passavam por eu tentar esconder debaixo do prato aquela couve já fria e de um verde feio que me dava vómitos só de olhar para aquilo, ou os latinos viviam à custa do panem et circenses e não imaginavam a vida deles sem comida e divertimento à borla, marcando os anos finais do Império Romano do Ocidente (costume imitado em Constantinopla, mas que, em contrapartida, contribuiu para lhe dar estatuto de maior urbe do ocidente e quiçá do mundo inteiro).
E, neste sentido, concordo também contigo que mudar a sociedade portuguesa de hoje em dia é complicadíssimo. Aliás, o mesmo é dizer da pequenez dos argumentos dos países com economias mais fortes. Concordo totalmente com esse ponto e acho que o princípio do fim da Unnião Europeia são esses argumentos completamente irresponsáveis. (A Merkel prova-se na minha opinião uma pequena hitlerzinha).
Não parte só deles mudar as mentalidades no entanto. Nós não podemos contar com a comida na boca. Temos de saber promover a auto-crítica e motivarmo-nos para mudar. Fomos um bocado como os irlandeses, não soubemos ser ricos. Se os irlandeses foram ricos pela primeira vez na história, nós caímos no mesmo erro uma terceira vez! Agora temos de amanhar-nos.